sábado, 27 de outubro de 2007

Portaria interministerial vai propor reestruturação do ensino médio no país

Brasília - O Ministério da Educação e a Secretaria Planejamento Estratégico da Presidência assinam nesta quarta-feira (24), às 17h30, em Brasília, uma portaria interministerial propondo ações de reestruturação do ensino médio brasileiro. O objetivo é engajar os poderes federal, estaduais e municipais na iniciativa.

"O ponto mais fraco do nosso sistema escolar é justamente o ensino médio. Estamos imaginando uma rede de escolas médias federais que ocuparia de 10% a 20% das matrículas das escolas médias do país. Portanto, seria mais do que um mero projeto piloto, mas seria muito menos do que o universo total das matrículas das escolas médias", disse o ministro extraordinário de assuntos estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Ele explicou que, por razões econômicas, as escolas federais têm até hoje um ensino rígido de ofícios industriais, ou seja, preparam trabalhadores para a indústria, sem levar em consideração a necessidade de um ensino mais generalista, que possibilite ao estudante acesso aos demais setores da economia. Para ele, o Brasil não quer mais um ensino generalista para as elites e específico para as massas populares.

"Nós não queremos essa divisão, todo mundo tem que participar do domínio das capacitações básicas e aí vem a grande oportunidade da escola média federal de mudar o ensino brasileiro".

O ministro defendeu que, em vez do ensino informativo e enciclopédico que existe atualmente no país, é preciso oferecer o que chamou de ensino analítico e capacitador. "Essa rede de escolas médias federais pode ser um grande instrumento para a transformação da pedagogia brasileira".

Segundo Mangabeira Unger, vão ser providenciados materiais pedagógico e formação de professores para auxiliar os estudantes que tiveram "ensinos defeituosos". Ele considera uma tarefa difícil, mas libertadora. Para o ministro, dificilmente haverá questões mais importantes para ser tratadas no Brasil.

Fonte: Agência Brasil

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