domingo, 27 de abril de 2008

Pesquisas em didática da História crescem no Brasil

O Centro de Pesquisa em Didática da História (CEPEDIH) da Faculdade de Educação (FE) da USP entra em fase final de implementação. “Trata-se de uma iniciativa que sinaliza a ampliação da preocupação de muitos pesquisadores com a didática da História e sua importância para a formação dos alunos”, atesta Kátia Maria Abud, uma das fundadoras do Centro e professora de Metodologia do Ensino de História da FE. “O fenômeno não é apenas quantitativo, mas, sobretudo, qualitativo. Muitas pesquisas vêm se desenvolvendo com o objetivo de responder às diferentes questões relativas à construção do conhecimento histórico em sala de aula e na busca de formas de aprimorá-lo.”

A proposta de criação do CEPEDIH foi feita nos moldes dos que já existem no exterior, dedicados à investigação científica sobre as disciplinas escolares. “O Centro se propõe a congregar pesquisadores, em todos os níveis da pesquisa, que se dediquem ao ensino de História como campo”, ressalta Kátia.

Nos últimos anos, o Brasil tem passado por uma ampliação da quantidade de pesquisas sobre o ensino de História. Segundo a pesquisadora, os sintomas são diversos e incluem o aumento do número dos grupos de pesquisa e a realização periódica de eventos regionais e nacionais. “A Faculdade de Educação mantém-se engajada nesse cenário”, contextualiza a pesquisadora, ressaltando que, ainda este ano, entre os dias 28 e 31 de julho, a unidade irá promover o VIII Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História (Enpeh).

Outras edições do Enpeh vêm sendo realizadas a cada dois anos, desde 1993, em diferentes campi universitários brasileiros: Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“O encontro em São Paulo tem a finalidade de congregar pesquisadores, professores universitários e pós-graduandos que têm o ensino de História como seu campo de pesquisa, já que nesta Capital se concentra o maior número de linhas de pesquisa na pós-graduação nessa área”, avalia Kátia, coordenadora geral do evento.

Troca de experiências
Com o tema “Metodologias e Novos Horizontes”, o evento na FE, contará com a presença de diversos convidados internacionais, como Isabel Barca (Universidade do Minho, Portugal), Ivo Mattozzi (Universidade de Bologna, Itália), Nicole Tutiaux-Guillon (Universidade de Lille, França) e Silvia Finocchio (Universidade de Buenos Aires, Argentina).

Segundo a professora Kátia Abud, cerca de 250 pesquisadores vão apresentar os resultados de suas pesquisas para o conhecimento da comunidade científica. “Trata-se de um momento fundamental, de troca de experiências e idéias, que contribuirá para o aprimoramento e, até mesmo, para mudanças dos rumos em determinadas pesquisas”, explica. “Apesar da ampliação do acesso às informações, gerado pela digitalização de boa parte dos periódicos e outras publicações, os encontros científicos são indispensáveis para o intercâmbio informativo e criativo, do qual se alimenta o avanço do conhecimento”.

Formação de Professores; História Local e Ensino de História; Aprendizagem; Identidade e Alteridade; e Memória e Ensino de História são alguns dos temas que estarão em discussão em 12 grupos de trabalho nesta oitava edição, organizada a partir de cinco conferências principais e nove mesas temáticas.

Os interessados em participar como ouvinte devem realizar suas inscrições até o dia de 25 de julho, por meio do site http://www.fafe.org.br/8enpeh/.


Fonte: Agência USP

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