sábado, 14 de abril de 2007

PROFESSORES SERÃO CAPACITADOS NA INTERPRETAÇÃO DA LIBRAS


A Secretaria de Estado da Educação - SE (SEED), em parceria com a Secretaria de Educação Especial e a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos, vai realizar, de 16 a 26 de abril, os cursos de Lingüística e Português como segunda língua para deficientes auditivos e Interpretação da Língua Portuguesa em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Serão capacitados 50 professores que trabalham com alunos com deficiência auditiva e possuem domínio de Libras. Desse total, 30 são do interior e 20 de Aracaju.

Com uma carga horária de 80 horas, o curso, ministrado por consultores da Universidade de Brasília (UNB), será realizado das 8h às 17h30min, no Aracaju Praia Hotel, na Orla de Atalaia. Ao final da capacitação os participantes atuarão como multiplicadores, levando os conhecimentos aprendidos às escolas mais distantes e limítrofes do Estado.

Projeto Caminhos do Futuro leva educação em turismo para 15 estados brasileiros


Um total de 536 professores do ensino médio já foram capacitados pelo Programa Caminhos do Futuro – Educação para o Turismo, parceria entre o Núcleo de Turismo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, o Ministério do Turismo, o Instituto de Academias Profissionalizantes (IAP) e a Global Travel and Tourism Partnership (GTTP). O objetivo é capacitar professores da rede pública de ensino municipal e estadual de 15 estados brasileiros para que eles possam trabalhar com seus alunos questões ligadas ao turismo, enfocando as possibilidades e os problemas encontrados na área.

Estima-se que a iniciativa atingirá 700 professores e 140 mil alunos de todo o Brasil. De acordo com professor Luiz Gonzaga Godói Trigo, coordenador do projeto e professor da EACH, o projeto vai oferecer ao adolescente de nível médio uma formação em turismo que abrirá algumas portas, inclusive no aspecto profissional. “Vamos formar pessoas capacitadas que poderão ser úteis na ‘linha de frente’ do setor turístico trabalhando como recepcionistas, mensageiros, camareiras”, afirma o professor, lembrando que, no Brasil, o turismo ainda é encarado como uma atividade amadora — realidade que precisa ser mudada.

Os professores são contatados pelas Secretarias de Educação de cada estado. São educadores do ensino médio, ou de 7ª e 8ª séries, voluntários e interessados em participar do projeto. Em cada estado são qualificados 50 profissionais que serão os multiplicadores para os outros professores, alunos e interessados da comunidade.

Trigo conta que os professores poderão trabalhar com conteúdo ligado a turismo usando disciplinas como geografia, história e biologia, por exemplo, ou mesmo incentivando o desenvolvimento de outros projetos, sejam eles interdisciplinares ou não. Os jovens passarão a ter a oportunidade de aprender de forma lúdica, pois além de o projeto incluir livros que abordam Ética, Meio Ambiente, Cidadania, Ecoturismo, Cultura, Hotelaria, Finanças, Administração e Tecnologia — todos com enfoque em Turismo — também são usados mapas ilustrados e o jogo Viajando pelo Brasil.

Pinturas rupestres

O projeto também incentiva o jovem a se orgulhar da comunidade em que vive. Trigo cita as pinturas rupestres do Parque Nacional da Serra da Capivara, na cidade de São Raimundo Nonato, interior do Piauí, que foram incluídas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na lista de Patrimônio Cultural da Humanidade. “Por meio do projeto o adolescente acaba descobrindo a importância histórica do lugar e sente orgulho de estar inserido naquela cultura.”

A cidade piauiense, distante 546 quilômetros da capital, Teresina, foi a terceira contemplada com o projeto. No ano passado, entre os dias 28 e 30 de março, os integrantes do Caminhos do Futuro estiveram no local para as atividades de capacitação. O curso, ministrado por 9 professores e 3 ajudantes, tem 30 horas semanais, sendo 22 horas de atividades presenciais e mais 8 horas de estudo dirigido a distância para que os participantes possam desenvolver projetos.

O projeto começou em Foz do Iguaçu, no Paraná (17 a 19/02), seguido de Caxambu, em Minas Gerais (23 a 25/03). A quarta cidade foi Manaus, no Amazonas (7 a 9/06), e depois Caldas Novas, em Goiás (21 a 23 /06). Também foram visitados municípios dos estados de Pernambuco, Santa Catarina, Maranhão e Espírito Santo, capacitando, no total, 536 professores. A primeira fase estará concluída até o próximo mês de junho, quando professores dos estados de Ceará, Sergipe, Bahia, Rio Grande do Sul, Alagoas e Tocantins serão capacitados.

140 mil livros e site

Já estão prontos os 140.500 mil livros que serão entregues, nesta primeira fase, pelas Secretarias de Educação ou pelos próprios integrantes do Projeto a estudantes de ensino médio participantes dos cursos. Trigo prevê ainda que até o final deste mês de abril o site do projeto estará pronto. “O Caminhos do Futuro é uma iniciativa bastante inovadora porque todo o material didático e o conteúdo do site poderão ser usados livremente pois terão os direitos autorais liberados”, conta.

Depois, a idéia é continuar fazendo, via site, o acompanhamento e a manutenção dos projetos que poderão vir a ser desenvolvidos pelos professores e seus alunos. “As faculdades de turismo locais poderão ajudá-los. Será um novo campo de trabalho para todos os envolvidos. Eles poderão se tornar pequenos empresários trabalhando com turismo em pequenas comunidades”, conclui.

O Instituto de Academias Profissionalizantes (IAP) oferece cursos livres destinados ao setor de viagens e turismo e é o representante brasileiro do programa internacional Global Travel and Tourism Partnership (GTTP), organização criada em 1986 pela Fundação American Express, no Reino Unido, e que, atualmente, está presente em 10 países.

Fonte: Agência USP

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Professores e alunos já usam todos os atrativos dos diários online para criar uma rede de ensino e comunicação.


Os blogs estão se profissionalizando e deixando de ser apenas "diário virtual adolescente" para
virar palco de discussões e fonte de informações para muitos setores. No mundo corporativo, vários executivos têm seus próprios blogs, assim como jornalistas renomados também mantêm um canal próprio de informação e discussão. E esta febre começa a contagiar professores e educadores, que já vêem nos blogs uma alternativa para comunicação na educação e um excelente meio para oferecer uma formação descentralizada.

De acordo com educadores, não há limite para a utilização dos blogs na escola. Primeiro, pela facilidade de publicação, que não exige nenhum tipo de conhecimento tecnológico dos usuários, e segundo, pelo grande atrativo que estas páginas exercem sobre os jovens. "É preciso apenas que os professores se apropriem dessa linguagem e explorem com seus alunos as várias possibilidades deste novo ambiente de aprendizagem. O professor não pode ficar fora desse contexto, deste mundo virtual que seus alunos dominam. Mas cabe a ele direcionar suas aulas, aproveitando o que a internet pode oferecer de melhor", afirma a educadora Gládis Leal dos Santos,

Desde o debate de temas atuais até a divulgação de projetos escolares: em todas as disciplinas é possível utilizar o blog como ferramenta pedagógica. Segundo Gládis, vários professores já utilizam esta ferramenta com excelentes resultados. Há diferentes tipos de blogs educacionais: produção de textos, narrativas, poemas, análise de obras literárias, opinião sobre atualidades, relatórios de visitas e excursões de estudos, publicação de fotos, desenhos e vídeos produzidos por alunos.

Para Suzana Gutierrez, pesquisadora do Núcleo de Estudos, Experiências e Pesquisas em Trabalho, Movimentos Sociais e Educação (TRAMSE), da UFRS, o interessante é que os blogs permitem que os participantes produzam textos e exerçam o pensamento crítico, retomando e reinterpretando conceitos e práticas. "Os weblogs abrem espaço para a consolidação de novos papéis para alunos e professores no processo de ensino-aprendizagem, com uma atuação menos diretiva destes e mais participante de todos." Ela lembra que os blogs registram a concepção do projeto e os detalhes de todas as suas fases, o que incentiva e facilita os trabalhos interdisciplinares e transdisciplinares. "Pode-se assim, dar alternativas interativas e suporte a projetos que envolvam a escola e até famílias e comunidade".

A educadora Sônia Bertocchi concorda que os blogs têm potencial para reinventar o trabalho pedagógico e envolver muito mais os alunos. "Há aqui um grande poder de comunicação e os alunos passam a ser escritores, leitores e pensadores." Para ela, que já trabalhou com blogs na formação de professores, os diários eletrônicos são um excelente recurso para desenvolver trabalhos em equipe, discutir e elaborar projetos. Além disso, servem como espaço para anotações de aula e discussão de textos. "Os blogs ajudam a construir redes sociais e redes de saberes, mas é a criatividade, de professores e alunos, que vai determinar a otimização da ferramenta".

Passo a passo

Gládis estuda há algum tempo todas as possibilidades dos blogs, mas só no começo deste ano é que iniciou um blog para uso didático na escola municipal CAIC Professor Mariano Costa, em Joinville (SC), onde é Coordenadora de Informática Educacional. O objetivo era iniciar uma discussão com os professores sobre seu papel frente às novas tecnologias e apresentar o blog como ferramenta educacional. "Para a grande maioria, este foi o primeiro contato com um blog. Alguns já conheciam por meio de seus filhos, mas nunca haviam postado comentários e muito menos pensado em utilizar este recurso em suas aulas".

Ela lembra que este foi um exercício muito interessante. Este blog continua em uso para a divulgação de projetos da escola e, também, funciona como um ponta-pé inicial para outros blogs, como o Acelera2005, destinado aos alunos das classes de Aceleração. "O objetivo principal é trabalhar a auto-estima destes alunos, muitos deles desinteressados ou agressivos por conta de repetições".

Formada em Letras, com especialização em Língua Portuguesa, a professora também coordena o Palavra Aberta, dirigido à publicar textos e idéias de alunos de sétima e oitava séries de todas as partes do País. O projeto é divulgado em listas de discussão e pelo Orkut e já recebeu contatos de alunos de cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Há ainda o Oficina de Educação, que reúne links educacionais e pretende ser uma fonte de pesquisa para professores que desejam usar a internet com seus alunos.

A participação em um chat sobre blogs educacionais selou a amizade virtual entre Gládis e a professora gaúcha Marli Fiorentin. E elas criaram o Trocando Letras, espaço para narrar descobertas no mundo dos blogs e trocar idéias sobre o trabalho com os alunos.

Projeto de mestrado

Suzana Gutierrez atua com blogs desde 2002. Começou em um projeto com alunos da faculdade em que trabalhava e incluiu o assunto em sua dissertação de mestrado. A partir daí, se envolveu em vários projetos, como o Relendo Clássicos, blog colaborativo de uma disciplina do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS; o Prática Educativa em Medicina, blog colaborativo da disciplina de mesmo nome da Faculdade de Medicina da UFRGS; o InTramse, com notícias do Núcleo de Estudos e Experiências em Trabalho, Movimentos Sociais, Saúde e Educação (TRAMSE) da UFRGS; e o Argumento, blog-revista do TRAMSE/UFRGS.

Hoje, Suzana dedica parte de seu tempo ao Vamos Blogar?, que aborda temas relativos à educação, tecnologias da informação e da comunicação, projetos pedagógicos etc. O Vamos Blogar? surgiu em 2003 como apoio à uma oficina sobre blogs realizada na Faculdade de Educação da UFRGS. Agora ele é aberto, colaborativo e já se tornou um projeto internacional, pois tem entre seus contribuintes profissionais da Espanha, Portugal, Uruguai e Argentina.

Estatísticas:
15,5 milhões é o total de blogs do mundo
1 blog é criado a cada segundo
30% da população online dos EUA visitam blogs
Em junho foram criados 80 mil blogs por dia
Blogs com conteúdo político, estilo de vida, tecnologia e escritos por mulheres são os mais acessados.

Reflexão coletiva

A educadora Sônia Bertocchi, mantém o blog Lousa Digital desde abril de 2005. Segundo ela, o blog é um espaço para reflexão coletiva sobre o uso pedagógico da internet. Apesar de ser colaboradora do portal de educação EducaRede, onde publica seus textos, Sônia sentiu a necessidade de um espaço com informações diárias. "Queria trocar figurinhas com educadores de uma maneira mais pessoal", conta.

O Lousa Digital tem um público formado por pessoas interessadas em educação e, especialmente, na incorporação de novas tecnologias da informação e da comunicação à prática pedagógica. "Tenho uma média mensal de 200 visitantes, entre educadores, formados ou em formação, de várias regiões do País, além de um número significativo de educadores de Portugal que visita regularmente o blog", revela. Hoje, o Lousa Digital tem sido referenciado - linkado - em blogs como o do YahooEducação, Intermezzo, Indústrias Culturais (Portugal), e-Cuaderno (Espanha), entre outros.

Sônia é professora de Língua Portuguesa. Ela trabalhou mais de 30 anos com alunos do Ensino Médio, além de lecionar Literatura para alunos do curso de Letras. Hoje, atua na formação de professores para o uso de novas tecnologias, sendo formadora do CENPEC - Centro de Pesquisa, Educação e Cultura. Ela também coordena a Comunidade Virtual "Coisas Boas da Minha Terra", projeto que conta com a parceria da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, envolve todas as Diretorias de Ensino e contempla cerca de 890 escolas da rede pública estadual.

http://caicmariano.blogdrive.com/

O Grito da UnB


Avolumam-se as estatísticas sobre a exclusão social no Brasil. É um fato triste e inegável, que nos posiciona mal no ranking das nações, especialmente, concentrado sobre os eixos de gênero e de cor ou raça. O Brasil não alcançará um futuro digno sem implementar um processo sério e efetivo de inclusão, se não por uma questão de justiça, pelo pavor das inevitáveis conseqüências de ignorar os fatos e de tentar abafar ou confundir o debate.

A Universidade de Brasília está fazendo o que lhe cabe. Em 2003, implantou o Plano de Metas para a Integração Social, Étnica e Racial, envolvendo cotas para estudantes negros e a matrícula de indígenas, entre outras medidas. Já tinha implantado programas para portadores de necessidades especiais, de acesso alternativo ao vestibular voltado para a escola pública e de permanência de estudantes de baixa renda, além de numerosos projetos de extensão universitária junto às populações excluídas da região e além. Agora se expande fisicamente pelas vizinhanças menos favorecidas para abraçar o Distrito Federal e seu Entorno. A política de inclusão da UnB é clara e conseqüente, e os resultados dessas iniciativas comprovam a sua adequação e sucesso.

O compromisso da UnB é com a democracia e os direitos humanos. Desde as suas origens, é identificada com a luta pelo convívio pacífico e solidário e o pleno gozo de direitos. As medidas citadas são conseqüência dessa posição e colaboram com o acesso dos historicamente excluídos à Universidade e, por conseguinte, ao conhecimento e aos espaços do poder.

A receptividade a essas medidas foi positiva no geral, mas a inclusão de negros na Universidade foi alvo de resistência. Só a de negros. A UnB, também por ter sido a primeira universidade federal a adotar o sistema de cotas, foi duramente atacada. Nem sempre se tratava de um debate sobre os meios mais adequados de inclusão social; houve ataques brutais direcionados aos sistemas de cotas para negros e às instituições e pessoas envolvidas.

Ora porque a democracia racial já seria um fato consumado, ora porque os negros, que são facilmente identificados para fins do censo ou da discriminação, não poderiam sê-lo para fins de programas de inclusão, ora porque a concentração massiva deles nas favelas e nas cadeias seria uma questão de renda e não de discriminação (“são negros por serem pobres”, é a inacreditável implicação).

Essas, e outras pérolas até mais criativas, vieram dos intelectuais da exclusão – ilustrados doutores, que, a mando dos seus patrões, agregam à sua lógica deturpada a distorção dos fatos, a desonestidade intelectual e a deslealdade acadêmica. Ombreiam-se com os cientistas de Hitler e demais promotores da exclusão sistemática no mundo. Ainda há quem publique o seu vitupério. O que buscam, na verdade, é a manutenção do status quo, que o privilégio da educação superior pública continue sendo passado de pai para filho sob o manto do “mérito”, alcançado apenas nas melhores e mais caras escolas e cursinhos.

O atentado a fogo contra a vida de 10 estudantes africanos da UnB no último dia 28, reacendeu os debates. Criminosos incendiaram as portas de três apartamentos do alojamento estudantil cujos moradores eram africanos negros. O que vemos em parte da mídia, é uma tentativa de afastar os termos “racismo” e “xenofobia” do caso, sem que as investigações tenham sido concluídas. Tratar-se-ia apenas de uma rixa entre vizinhos, como disse um dos convocados pela Polícia Federal.

Felizmente a reação de dezenas de entidades, instituições e autoridades entre as mais respeitadas do País e do mundo foi diferente. Reconheceram a seriedade do fato e do momento e manifestaram sua solidariedade às vítimas, bem como às medidas adotadas pela Universidade e pelas autoridades policiais. Essa atrocidade inconclusa e suas implicações são de uma gravidade que transcende o que as investigações vierem a estabelecer. É essencial punir exemplarmente os culpados, mas não é o suficiente. Este caso exige uma reflexão profunda sobre a garantia dos direitos humanos, à justiça social, a tolerância e a solidariedade que terão que prevalecer no mundo se nós queremos outro futuro que a conflagração. A começar pela Universidade.

A UnB se une aos que gritam (aí sim!) por justiça e por uma igualdade que saia do papel e passe a ser a realidade entre nós, com todas as nossas diferenças ‑ a riqueza maior desse País.

(*) Timothy Mulholland é reitor da Universidade de Brasília.

Fonte: Agência UnB

Senado não tem data para aprovar MP do Fundeb


A Medida Provisória 339/96, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), depois de ter sido aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados no último dia 10 seguiu para o Senado Federal, onde ainda poderá sofrer alterações.

Na quarta-feira (11) a pauta do Senado encontrava-se trancada. Existem cerca de dez matérias para ser votadas antes da MP do Fundeb.

Caso os senadores acrescentem emendas ao texto aprovado na Câmara, as emendas aprovadas no Senado serão encaminhadas para a Câmara dos Deputados, que poderá aceitar ou rejeitar as alterações.

Fonte: Nota 10

Erradicar o analfabetismo de deficientes é uma das metas do Brasil para 2016


Brasília - Colocar todas as crianças deficientes na escola e erradicar o analfabetismo em dez anos é uma das mestas à longo prazo do Plano de Ação para 2007 apresentado quinta-feira (12), em Brasília, pela Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde), da Secretaria Especial de Direitos Humanos.

A conselheira titular da Corde, Izabela Maior, explica que isso não significa apenas matricular as crianças deficientes em um estabelecimento de ensino, mas também oferecer todos os recursos para a aprendizagem. “Entre eles, professores capacitados, computadores adaptados às necessidades específicas dos alunos e no caso de crianças surdas, aparelhos de surdez ou intérprete da língua brasileira de sinais”.

Os anos compreendidos entre 2006 e 2016 foram declarados pela Organização dos Estados Americanos (OEA) como a Década das Américas das Pessoas com Deficiência. O objetivo da entidade é definir em parceria com os países membros um conjunto de ações para o período que incorpore a deficiência nas políticas públicas nacionais e desmistifique o tema. A idéia é acabar com a discriminação e a exclusão social.

Para cumprir esta e outras metas para a década, a conselheira da Corde esclarece que o Brasil precisará de investimentos sociais e financeiros. “O que ajudará a garantir inclusão social e desenvolvimentos para o país”, afirmou Maior. “As pessoas com deficiência quando estão cientes de seus direitos e tiveram oportunidades ao longo da vida passam a trabalhar pelo crescimento do país.

Não precisam receber eternamente um subsídio. Se veio de uma família pobre, recebe auxílio durante um período, mas, aprende a superar as dificuldades com apoio da sociedade e com acesso à todos os serviços disponíveis para todos cidadãos.”

A conselheira do Corde informou que a Secretaria Especial de Direitos Humanos estuda a possibilidade de mudar o status da coordenadoria para secretaria. A mudança poderá aumentar o repasse de recursos e melhorar o gerenciamento das funções e das políticas desenvolvidas pelo órgão.

No âmbito de políticas internacionais, o Brasil tem contribuído por meio da Corde para a criação do Plano de Ação das Américas, documento que norteará o Programa de Ação para a década da OEA. O Programa de Ação deve ser aprovado em uma Assembléia Geral que será realizada em junho no Panamá. Além disso, no final do mês passado o país assinalou a intenção de ratificar a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas, com a assinatura do texto da convenção.

De acordo com a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência existem no Brasil cerca de 24 milhões de pessoas com deficiência das quais 70% vivem abaixo da linha da pobreza.

Fonte: Agência Brasil

Projeto 'Ler é uma Viagem' inicia a turnê 2007 no próximo dia 16


Patrocinado pela Bandeirante Energia desde 2005, o projeto Ler é uma Viagem inicia a turnê 2007 no próximo dia 16 de abril, quando a atriz Elida Marques e os músicos Eduardo Contrera e Yuri Pinheiro, apresentarão histórias e canções para cerca de 250 alunos da Escola Municipal Dr. Vicente Ferreira Silveira, em Guarulhos.

O Ler é uma Viagem já foi apresentado para mais de 4 mil alunos de 16 cidades da área de concessão da Bandeirante, no Alto Tietê, Vale do Paraíba e Litoral Norte de São Paulo.

“Investir na educação e acreditar na importância da leitura como forma de compreensão do mundo em que vivemos é um dos pilares do Programa Bandeirante Comunidade Educação. Por isso, a Empresa apóia e patrocina projetos como o Ler é uma Viagem”, diz Paulo Ramicelli, gerente de Comunicação e Responsabilidade Social da Bandeirante Energia.

No primeiro semestre de 2007, o projeto ainda passa por Suzano, Jacareí, Jambeiro e Tremembé, apresentando, para mais de 1.500 crianças, as histórias do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, um dos mais importantes autores de contos de fadas de todos os tempos.

“A música é como um anzol para pescar a atenção das crianças. Ela prepara a escuta”, explica Élida Marques, atriz, cantora e coordenadora do Ler é uma Viagem. “Não tive uma boa educação literária porque a escola pública onde estudei não me deu essa oportunidade”, conta. “Graças ao patrocínio de empresas como a Bandeirante Energia, posso realizar esse importante trabalho de disseminar o prazer da leitura entre os alunos da rede pública”, completa.

Fonte: www.envolverde.com.br

Desafio Sebrae traz novidades em 2007


Com calendário antecipado, estudantes que participam do jogo também poderão realizar cursos de gestão empresarial no mês de julho.

Brasília - Cinco unidades estaduais do Sebrae (Alagoas, Amapá, Roraima, Paraíba e Sergipe) já bateram suas metas de participantes para o Desafio Sebrae 2007, o jogo virtual que leva o universitário ao mundo do empreendedorismo.

As inscrições continuam abertas e podem ser feitas pelo site da competição (http://www.desafio.sebrae.com.br) até o dia 27 de abril. Mais de 22 mil pessoas já estão inscritas e o jogo começa em maio.

Este ano, o Desafio traz novidades. Uma delas é sua antecipação. A competição acontecia a partir de agosto. Para o coordenador nacional do Desafio Sebrae, Ricardo Garcia, a medida deve reforçar o espírito de equipe entre os participantes.

"Antes o jogador se inscrevia em um semestre e só jogava no seguinte. No meio universitário, em apenas um semestre, acontecem muitas mudanças. Alguns colegas trocam de curso ou já não fazem mais as mesmas disciplinas que os outros membros da equipe", observa. "A partir de agora, os competidores estarão juntos já no primeiro semestre do ano", diz.

Por conta da antecipação, o jogo virtual também sofreu outra alteração em seu calendário. A fase de aquecimento que precedia a competição – quando os universitários se submetiam a um quiz e outros pequenos testes – deixou de existir. "Essas mudanças vão tornar o jogo mais dinâmico", avalia Ricardo Garcia.

Em julho, durante o período de férias das universidades e faculdades, o Desafio Sebrae dará uma parada. Porém, os participantes do jogo podem continuar sua preparação para o Desafio e para o mercado profissional. Eles terão a oportunidade de participar dos cursos via Internet Como Vender Mais e Melhor (CVMM) e Iniciando um Pequeno Grande Negócio (IPGN).

"São cursos técnicos que buscam ensinar a gestão de um pequeno empreendimento", explica. "Os conhecimentos adquiridos nessas programações são ferramentas reconhecidas pelo mercado e premiadas pela Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed)", complementa. Mais de 300 mil pessoas já participaram de cada um desses cursos oferecidos pelo Sebrae.

Fonte: Agência Sebrae

quinta-feira, 12 de abril de 2007

CGU e UNODC lançam Biblioteca Virtual sobre Corrupção


Acervo online será atualizado diariamente e terá contribuições de pesquisadores.

Brasília - A Controladoria-Geral da União (CGU) e o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) lançam na Internet a Biblioteca Virtual sobre Corrupção (http://bvc.cgu.gov.br), que reúne documentos, artigos, teses, notícias, eventos, apresentações e outros materiais relacionados ao tema. O enfoque é o da prevenção como estratégia de combate à corrupção.

O objetivo da CGU e do UNODC, além de promover a pesquisa e a divulgação de informações sobre corrupção e assuntos afins, é estimular o controle social e o exercício da cidadania por meio da difusão do conhecimento. O acesso à Biblioteca Virtual sobre Corrupção (BVC) é livre e gratuito. A consulta pode ser feita por coleção, autor, título, assunto ou data.

O acervo da BVC é atualizado diariamente. Todo o conteúdo é de domínio público ou obteve prévia autorização dos proprietários dos direitos autorais. O uso das informações da BVC é livre, mas não é permitido, sob nenhuma hipótese, o uso das publicações disponíveis na biblioteca para fins comerciais, de forma direta ou indireta, ou ainda para quaisquer finalidades que possam violar os direitos autorais aplicáveis.

A BVC apóia o " Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à Informação Científica", promovido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, visando promover a constituição de uma nova ética no acesso à produção do conhecimento eletrônico.

Além dos conteúdos já publicados, a BVC aceita contribuições de pesquisadores e interessados no assunto. Para submeter artigos, pesquisas, relatórios, monografias, dissertações, teses ou outros materiais à análise do conselho editorial da BVC, basta encaminhar o documento para o endereço eletrônico bvc@cgu.gov.br.

Caso o documento não seja de domínio público, é necessário o envio do Termo de Autorização (preenchido e assinado), que está disponível na página da BVC, para: Biblioteca Virtual sobre Corrupção, Controladoria-Geral da União, SAS Quadra 01, Bloco A, Ed. Darcy Ribeiro, sala 1.004, Brasília/DF, CEP 70.070-905; ou para o fax (61) 3412-7265.

Fonte: ONU- Brasil

Convênio com emissoras de rádio e tevê garante espaço para boas práticas em educação


O ministro da Educação, Fernando Haddad, assinou nesta quarta-feira (11), convênio com a Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). O objetivo do convênio é reservar espaço para a divulgação gratuita de mensagens institucionais do MEC, de utilidade pública e relacionadas à alfabetização e à educação básica, profissional e tecnológica, superior e especial, além de matérias de interesse da educação nacional.

As emissoras de rádio e televisão cederão cinco minutos diários, de segunda a sexta-feira, para a divulgação de mensagens ou programas, entre 6h e 24h. Dos cinco minutos, um minuto será veiculado em horário nobre. Aos sábados e domingos, serão dez minutos ao longo da programação, das 6h às 10h.

Caberá ao MEC produzir e distribuir as mensagens e os programas televisivos e radiofônicos e identificar o material e seu período de veiculação. Segundo o ministro, pelo menos 20% da produção será relacionada à disseminação de valores da educação no sentido de mobilizar a família brasileira para assuntos como o acompanhamento da freqüência escolar dos filhos, a importância da participação de pais em conselhos escolares, o despertar do interesse em programas de alfabetização e o conhecimento de como funciona e quem dirige a escola dos filhos.

O ministro enfatizou durante o ato da assinatura do acordo que o horário cedido nos sistemas de radiodifusão não tem foco na publicidade do governo ou na divulgação institucional do MEC. ”Queremos inocular novos valores educacionais aos brasileiros para propiciar uma nova etapa de desenvolvimento do país, colocando à disposição das famílias uma ferramenta muito importante para este grande passo”, disse.

O presidente da Abert, Daniel Pimentel, acredita que esta foi uma grande contribuição dos associados. “Consideramos que a educação precisa ganhar mais espaço nos temas discutidos pela sociedade e isso será possível com sua viabilização em espaço público aberto”, afirmou.

Fonte: MEC

Hora da conversa – bate-papo virtual na escola


O bate-papo é uma ferramenta da Internet que permite comunicação em tempo real entre uma ou mais pessoas, ou seja, os participantes mantêm contato enquanto estão conectados, mesmo que estejam espalhados por partes distantes do mundo. Essa forma de comunicação baseia-se na troca de mensagens escritas, com possibilidade de uso simultâneo de webcam para transmissão de imagens e de áudio.
Trata-se de um recurso com potencial mobilizador e agregador que pode ser explorado em variadas situações educativas que possibilitem exercitar a habilidade de síntese, pois demanda velocidade na escrita para a elaboração de mensagens curtas e objetivas em um espaço determinado de tempo. Esse recurso também requer certa agilidade na leitura para identificação das temáticas que vão sendo abordadas durante a conversa. Essa identificação evita repetições desnecessárias.

Existem muitos provedores com sala de bate-papo e alguns programas de mensagens instantâneas que podem ser utilizados. Para atividades educacionais, sugere-se o uso de salas restritas a grupos específicos, já que o intuito não é conhecer pessoas, mas discutir e aprofundar temas de interesse de um grupo, além de exercitar habilidades de comunicação digital.

Fonte: www.educarede.org.br

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Avaliação mostra o bom desempenho de alunos do ProUni


Os estudantes do Programa Universidade para Todos (ProUni) alcançaram médias iguais ou superiores a de seus colegas nas 14 áreas do conhecimento avaliadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2006.

O bom desempenho dos alunos bolsistas do ProUni, que ingressaram no ensino superior em 2006, está estampado nas notas obtidas por eles no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). O Enade avalia o aluno sob duas óticas: a formação geral, que verifica como ele está preparado para viver em sociedade e seu grau de cidadania, e na formação específica, que são os conhecimentos adquiridos no curso que está fazendo. As tabelas do Enade elaboradas pelo Inep demonstram que das 14 áreas do conhecimento avaliadas no ano passado, em nove delas a diferença estatística a favor dos bolsistas do ProUni foi significativa, e nas outras cinco áreas, o desempenho também foi superior.

Quando se observa, por exemplo, o desempenho dos alunos da área de administração - bolsistas do ProUni em relação a não bolsistas – a diferença a favor do ProUni passa de sete pontos. Neste caso, os alunos do ProUni obtiveram média de 42,3 pontos; os não bolsistas, 34,4 pontos, o que representa um diferença a favor dos bolsistas de 7,9 pontos. No caso da biomedicina, a diferença é ainda maior entre os dois grupos: alunos do ProUni alcançaram a média de 45,7 pontos e os não bolsistas, 36,7 pontos, com uma diferença de 9 pontos a favor dos bolsistas. As tabelas mostram a média da prova de formação geral, formação específica e a média das duas.

Fonte: MEC

Câmara aprova MP que regulamenta o Fundeb


Brasília - A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (10), projeto de lei de conversão à Medida Provisória 339, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O projeto foi apresentado pela relatora da MP, deputada Fátima Bezerra (PT-RN), após acolher parte das mais de 200 emendas de parlamentares que visavam alterar o texto do governo. A matéria depende ainda de aprovação do Senado federal para ser sancionada.

O Fundeb foi criado pela Emenda Constitucional 53 para ampliar as áreas de educação abrangidas por financiamento federal. Foram gastas mais de 10 horas de discussão para que matéria fosse aprovada. Desde a noite de ontem, os partidos de oposição vinham obstruindo a votação da proposta, com a apresentação de uma série de requerimentos de retirada de pauta, de adiamento de votação. Ontem, a obstrução era apenas dos Democratas (ex-PFL), mas desde a sessão matutina de hoje destinada a votar a matéria, o PSDB e o PPS também entraram em obstrução. Depois de ampla discussão, os partidos de oposição encaminharam a favor da aprovação do texto, ressalvados os destaques.

Um acordo feito pelo governo com a oposição permitiu a conclusão da votação dos destaques na noite de hoje. O acordo, anunciado pelo líder do governo, deputado José Mucio (PTB-PE), foi no sentido de se fazer duas votações nominais de destaques e um terceira votação simbólica. Na primeira votação, os deputados rejeitaram destaque do PSDB que propunha aumentar de 15 % para 20 % o percentual dos impostos usados no antigo Fundef que pode ser descontado da receita líquida real dos estados e municípios.

Em uma segunda votação, os deputados aprovaram destaque dosDemocratas (ex- PFL) que retirou do texto da matéria artigo que determina que estados e municípios reduzam gradativamente até 2020 o pagamento de aposentados e pensionistas com recursos do Fundeb que não estejam incluídos na parcela de 60 % reservada para o pagamento do magistério. Os parlamentares rejeitaram, na última votação, o destaque dos Democratas que previa o ressarcimento aos municípios pelo transporte escolar de alunos da rede estadual de ensino de acordo com valor per capita, calculado por meio de dados do censo escolar.

Para o vice-líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), é preciso trabalhar para que o Fundeb, que une três esferas de poder resulte em melhoria na qualidade da educação no país. "É um esforço. Para alguns é um aumento de despesas, mas investir em educação não pode ser chamado de aumento de despesa, mas sim de investimento". Para a relatora da matéria, deputada Fatima Bezerra, com a regulamentação do Fundeb vai se ter uma política que "vai transitar de política de educação da creche até o ensino fundamental e avançar na valorização dos profissionais da educação".

Fonte: Agência Brasil

Livros buscam fortalecer educação indígena em universidades


Série de quatro livros publicada pelo Museu Nacional, em parceria com Ministério da Educação, aborda História, Identidade, Direitos, Política e Cultura, entre outros temas, de forma inovadora, para ajudar na formação de professores e estudantes indígenas de cursos de nível superior. Alguns dos autores dos livros estão entre os primeiros representantes de povos indígenas a obter diplomas universitários no Brasil.

O Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento, do Museu Nacional/UFRJ, está lançando, em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), do Ministério da Educação, uma série de livros destinada a fornecer subsídios à formação dos estudantes indígenas em cursos de nível superior, bem como a seus formadores. A série, chamada Vias dos Saberes, é parte do projeto "Trilhas de Conhecimentos - o ensino superior de indígenas no Brasil", e é formada por quatro volumes, que tratam de forma aprofundada de temas como História, Identidade, Direito, Política e Cultura indígenas, entre outras questões. Os volumes lançados são:

* "O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje", escrito por Gersem dos Santos Luciano, antropólogo da etnia Baniwa.
* "A Presença Indígena na Formação do Brasil", de autoria dos antropólogos João Pacheco de Oliveira e Carlos Augusto da Rocha Freire.
* "Povos Indígenas e a Lei dos 'Brancos': o direito à diferença", escrito pelos advogados Ana Valéria Araújo, Joênia Batista de Carvalho, da etnia Wapixana, Paulo Celso de Oliveira, da etnia Pankararu, Lúcia Fernanda Jófej, da etnia Kaingang, Vilmar Martins Moura Guarany, da etnia Mbyá Guarany, e S. James Anaya, professor de leis e política de direitos humanos da Faculdade de Direito da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.
* "Manual de Lingüística: subsídios para a formação de professores indígenas na área de linguagem", de autoria de Marcus Maia, professor adjunto de Lingüística da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Gersem Baniwa escreve sobre as questões indígenas atuais
O projeto "Trilhas de Conhecimento" Tem por objetivo fomentar iniciativas de ação afirmativa, de caráter demonstrativo e modelar, que sejam desenvolvidas por universidades e destinadas a dar suporte ao etnodesenvolvimento dos povos indígenas no Brasil, através da formação de indígenas no ensino superior.

Antonio Carlos de Souza Lima, professor do Museu Nacional e coordenador da série, afirma no prefácio dos livros que "os quatro volumes desta série foram especialmente pensados para atender aos debates em classes de aula – em cursos regulares ou em cursos concebidos, de forma específica, para os estudantes indígenas, como as licenciaturas interculturais – e às discussões em trabalhos de tutoria, grupos de estudos, classes de suplementação, cursos de extensão, além de muitos outros possíveis espaços de troca e de diálogo entre portadores de tradições culturais distintas, ainda que alguns deles – indígenas e não-indígenas – já tenham sido submetidos aos processos de homogeneização nacionalizante que marcam o sistema de ensino brasileiro de alto a baixo".

A publicação das obras contou com o financiamento do fundo Pathways to Higher Education Initiative da Fundação Ford e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Os livros acham-se disponíveis no site do projeto "Trilhas de Conhecimento". Clique aqui para acessá-los.

Fonte: (Envolverde/Instituto Socioambiental)

terça-feira, 10 de abril de 2007

Peti transforma rotina de estudantes e atletas em Aracaju


Não havia espaço para brincadeiras na rotina de Franciely da Silva Santos. Aos 11 anos, morando com os avós em Aracaju (SE), estudava pela manhã e à tarde trabalhava ao lado da avó na banca de cereais em feiras livres, inclusive nos finais de semana. Sem tempo para estudar, foi reprovada algumas vezes na escola até ser integrada ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), há pouco mais de quatro anos. Hoje, aos 15 anos, Franciely cursa o 1º ano do ensino médio e ficou em 3º lugar na categoria juvenil do Campeonato Sergipano de Judô, disputado há duas semanas.

Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceria com Estados e Municípios – em Aracaju, com a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semasc), o Peti tem como objetivo retirar crianças e adolescentes do trabalho, especialmente o perigoso, penoso, insalubre e degradante. Estas crianças e adolescentes participam de atividades socioeducativas – a chamada jornada ampliada - e as famílias recebem uma bolsa mensal. Em 2006, o MDS repassou R$ 323,7 milhões para o Programa, que funciona em 3.388 Municípios brasileiros.

Em Aracaju, as atividades do Peti incluem, além do judô, oficinas de música, percussão, coral, artes manuais, capoeira, leitura e cidadania, na qual são tratados temas como convivência no ambiente escolar e familiar, drogas e violência, entre outros. As atividades socioeducativas e pedagógicas são realizadas em 12 Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e em 2 Centros Especializados da Assistência Social (Creas), além de outras unidades, totalizando 29 pontos em Aracaju.

Atletas do Peti - Franciely da Silva Santos é um dos quatro adolescentes do Peti habilitados a participar do Campeonato Norte/Nordeste de Judô, que acontecerá este mês, na cidade de Barreiras (BA). Dos 23 atletas do Peti em Aracaju que participaram do Campeonato Sergipano, 15 conquistaram medalhas. O judô é apenas uma das atividades que Franciely participa, sempre no turno contrário ao das aulas. Ela também faz dança, oficina de cidadania e tem acompanhamento escolar.

“Participar das atividades do Peti é muito bom. O judô aumenta a disciplina, o que também ajuda nos estudos”, conta Franciely, que pretende chegar à universidade para estudar Nutrição ou Educação Física. O dinheiro que ela recebe do Peti ajuda nas despesas da avó, que continua trabalhando na banca de cereais.

Educadora do Peti em Aracaju há cinco anos, Maria José Oliveira Cruz acompanha o desenvolvimento das crianças, muitas já adolescentes. “O que observo é uma maior consciência de cidadania e responsabilidade nas tarefas mais simples. Melhora até a convivência e o respeito na família”, avalia a educadora.

Estudante precisa ser disciplinado


Pelo menos por uma hora do seu dia, Mauricio Ghigonetto, 36, coloca o laptop na mesa de jantar de sua casa e se concentra em textos sobre marketing. Em geral, à noite. Vez por outra as filhas de seis e dez anos o interrompem para perguntar sobre a leitura. Em seguida, ele volta a sua atenção de novo para o computador.

Pode não parecer, mas Ghigonetto está no meio de uma aula da faculdade de gestão e planejamento de marketing e vendas da Universidade Anhembi Morumbi.

"A minha preocupação antes de me matricular era não ter disciplina para estudar. Viajo muito por causa do trabalho, tenho família. Se o curso não fosse on-line, não conseguiria fazer outra faculdade presencial, apesar de o campus ficar muito perto da minha casa", conta ele, que é formado em engenharia. Gerente em uma empresa multinacional de tecnologia, ele tem de ir à faculdade somente uma vez por bimestre para fazer provas.

A realidade de Ghigonetto é a de muitos outros estudantes, levados a fazer cursos de graduação a distância por várias razões, mas principalmente a falta de tempo.

Perfil

"Os programas, porém, são direcionados para alunos com autonomia e motivação para aprender, porque ele será responsável pelo seu próprio processo de aprendizagem", ressalta Maria da Graça Moreira da Silva, professora doutora da PUC-SP e consultora em educação a distância.

A professora afirma que esse tipo de curso é destinado a perfis diversos: pessoas que vivem em locais sem oferta do curso ou em grandes cidades, como São Paulo, em que, devido ao trânsito, há dificuldade para se deslocar, além de profissionais que viajam constantemente ou trabalham em horários incomuns ou em locais isolados (plataformas e navios).

Também podem ser uma alternativa para pessoas com dificuldades de locomoção ou portadoras de necessidades especiais.

Fonte: www.folha.com.br

segunda-feira, 9 de abril de 2007

MEC quer dobrar número de alunos por professor nas federais


O MEC (Ministério da Educação) quer que, em um prazo de dez anos, as universidades federais formem em torno de 90% dos estudantes que ingressam em seus cursos e tenham pelo menos 18 alunos para cada professor em atividade. A média de alunos por professor contabilizados hoje é de nove por um. As metas deverão ser estabelecidas em um decreto a ser publicado nas próximas semanas como parte do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), mas que ainda estão em negociação.

Apesar de o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais estabelecer uma década de transição para atingir as metas, a associação que reúne os reitores das instituições federais de ensino superior, a Andifes, quer objetivos menos rígidos.

Hoje, as federais formam cerca de 70% dos alunos que ingressam a cada ano. A relação aluno-professor é ainda mais distante da meta: na graduação, são apenas nove alunos para cada docente. É justamente nesse ponto que está a maior distância entre a proposta do ministério e a alternativa apresentada pela Andifes.

Os reitores querem que a meta de 18 alunos por professor leve em conta todos os cursos da instituição, incluindo não só a graduação presencial, como quer o MEC, mas também a pós-graduação.

Se a conta for feita desta forma, a média de alunos por professor sobe dos nove contabilizados hoje pelo ministério para 14. "Muda de modo substancial o esforço necessário e torna (o desafio) mais razoável, porque inclui a pós-graduação. Já a meta do total de concluintes, com algum esforço, acredito que é possível alcançar sem problemas", analisa o presidente da Andifes, Paulo Speller.

A discussão entre MEC e os dirigentes das universidades ainda está em andamento e pode levar as propostas envolvendo as instituições federais de ensino a ser uma das últimas a definir no pacote do PDE.

Fonte: O Estado de S. Paulo.

domingo, 8 de abril de 2007

Olimpíada de Matemática


Os alunos de 5ª a 8ª séries e do ensino médio podem se inscrever na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) de 2007 a partir de segunda-feira, 2. As inscrições ficam abertas até 18 de maio. A novidade este ano é que os estudantes deverão se cadastrar apenas pela internet.

As provas da primeira fase serão aplicadas no dia 14 de agosto; e as da segunda, em 20 de outubro. Na segunda edição da olimpíada, realizada em 2006, participaram cerca de 14 milhões de alunos.

Promovida pelos ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação, além da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa/MCT), a competição tem como objetivo aprimorar a aprendizagem da matemática entre os estudantes.

Conhecimento — De acordo com a SBM, a carência no conhecimento da matemática entre os jovens do país dificulta a inserção brasileira no mercado tecnológico internacional. As inscrições devem ser feitas na página eletrônica da OBMEP. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (21) 2529-5084.

Ministério da Educação

Governo quer criar poupança para alunos do ensino médio


O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, reforçou nesta quinta-feira a proposta de criação de uma poupança para incentivar os jovens a concluírem o ensino médio. Ananias confirmou que o assunto já está sendo estudado no ministério.
Ananias disse hoje que as políticas de geração de trabalho e renda para as famílias que são atendidas pelo Bolsa Família são prioridades do ministério.

Reajuste
O ministro também defendeu o reajuste e a extensão do Bolsa Família para jovens até 17 anos. Atualmente o benefício é pago para estudantes de até 15 anos, segundo o ministério.
Ananias ressaltou que pesquisas mostram que o Bolsa Família tem sido um instrumento para a redução da pobreza no Brasil.
"Nós queremos que o programa continue cumprindo esse papel, também, de redução da pobreza e aumentando esse impacto positivo nas economias locais. Por isso, nós defendemos o reajuste e, se não totalmente, uma parte está prevista no orçamento", afirmou o ministro.
Ananias disse que as mudanças já foram apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, na avaliação do ministro, tomará decisão no momento oportuno.

Fonte: www.folha.com.br

Rede pública paga quase o mesmo que a particular


Um estudo que será divulgado na segunda-feira contesta um dos mitos mais disseminados da educação brasileira: o de que o ensino público vai mal quando comparado ao particular por causa dos baixos salários dos professores.

Feito pelos pesquisadores Samuel Pessoa, Fernando de Holanda Barbosa Filho e Luís Eduardo Afonso, da FGV e da USP, o trabalho mostra que a renda média de professores da rede privada é quase a mesma dos seus colegas da rede pública. A diferença não passa de 11%, no caso dos que trabalham no ensino médio.

No entanto, se forem considerados os benefícios da aposentadoria no setor público, a situação se inverte em favor dos professores estaduais, municipais e federais.

O estudo será apresentado no seminário Remuneração do Professor, Gestão e Qualidade da Educação, realizado pela Fundação Lemann, pelo Instituto Futuro Brasil (IFB) e pelo Ibmec para discutir as causas do fracasso do ensino público.

No Saeb (exame do MEC que avalia a qualidade da educação básica), os resultados da rede privada no 3º ano do ensino médio são significativamente superiores aos da rede pública. Numa escala de 0 a 500, as médias na rede privada foram de 307 pontos em matemática e 333 em português. No setor público, elas caem, respectivamente, para 249 e 260.

O Enem (outro exame do MEC restrito ao ensino médio) mostra o mesmo quadro. De 0 a 100, a média nas escolas particulares foi de 52,7, enquanto nas públicas ficou em 39,5.

Essa diferença de desempenho, para os autores do estudo, tem muito pouco ou nada a ver com o salário dos professores. Para chegar a essa conclusão, eles compararam pelo Censo 2000 do IBGE a renda média de professores da rede pública com os da rede privada em todos os níveis de ensino.

Levando em conta apenas a renda, a diferença a favor da rede privada variou apenas de 4,9% no caso da pré-escola para 11% no caso do ensino médio.

Os autores do estudo, no entanto, ampliaram essa análise levando em conta também o regime de contribuição previdenciária e aposentadoria em cada rede. Ao fazer isso, perceberam que os rendimentos pagos na rede pública são melhores do que os da rede privada se, nessa análise, forem considerados os descontos que os trabalhadores fazem para contribuir para a previdência e o valor dos rendimentos após aposentados.

No caso das mulheres --que se aposentam mais cedo que os homens--, os contratos na rede pública são mais vantajosos em todos os níveis de ensino. No caso dos homens, isso é verdade para professores de pré-escola e do ensino fundamental.

"Os diferenciais de salários dos professores entre a rede pública e a privada não favorecem o setor privado como tanto advogado tem defendido muitas vezes em debates acalorados. Com exceção do ensino secundário, os professores da rede pública recebem uma remuneração superior ou igual à paga aos da rede privada", afirmam os autores no estudo.

O presidente do sindicato dos professores da rede privada em São Paulo, Luiz Antonio Barbagli, concorda com a tese de que os contratos na rede pública são mais vantajosos: "Se formos trabalhar com a média e pensarmos a longo prazo, pode ter certeza absoluta de que na maioria dos casos o contrato é melhor na rede pública do que na rede privada. É preciso, no entanto, considerar que os salários nas escolas particulares variam bastante".

Juçara Dutra Vieira, presidente da (CNTE) Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, diz que o fato de o diferencial ser maior ou menor entre as duas redes não significa que o salário seja adequado. "Entendemos que é importante pagar um salário digno ao professor, mas achamos que isso não basta para melhorar a qualidade do ensino. No que diz respeito ao professor, é fundamental também investir na formação e na carreira."

Fonte: www.folha.com.br

Maioria dos jovens está fora do Ensino Médio


A cada 10 brasileiros entre 15 e 17 anos, dois não estudam, quatro estão no Ensino Fundamental e quatro, no Ensino Médio. Ou seja, quem estuda, está com algum tipo de atraso ou defasagem escolar em relação à faixa etária, a maioria está fora do Ensino Médio. As estatísticas são do Censo Escolar.

Por causa do atraso acumulado no Ensino Fundamental, muitos jovens chegam ao Ensino Médio com a idade defasada. Isso contribui para aumentar a idade de conclusão: de cada dez alunos que terminam o 3º ano, quatro têm mais de 17 anos.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, acredita que uma das soluções para o problema seja a implementação de cursos profissionalizantes em escolas públicas. Segundo ele, esse é um dos pontos do Plano de Desenvolvimento da Educação, que o governo federal deve anunciar este mês.

"Nós vamos investir fortemente na educação profissional no Ensino Médio. Havia uma lei que proibia a integração do ensino profissional ao Ensino Médio. Foi revogada pelo governo Lula, e agora nós temos todas as condições de oferecer para esse jovem uma perspectiva profissional."

O Brasil tem cerca de 10,6 milhões de jovens de 15 a 17 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2005.

Agência Brasil

Pesquisa expõe falta de estrutura em escolas


Falta de energia elétrica, de biblioteca, de quadra de esporte e até de sala de aula para acomodar alunos de séries diferentes. Esses são alguns problemas que ainda atingem muitas escolas públicas do País, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2005.

A pesquisa, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que uma em cada seis escolas públicas de Ensino Fundamental não tem energia elétrica e que cinco em cada seis não têm bibliotecas ou quadras de esportes. A dificuldade é maior na região Norte. Lá, de cada dez escolas, praticamente oito não contam com biblioteca e quatro não têm energia elétrica. Além disso, em quase metade das escolas há apenas uma sala de aula.

De acordo com a professora da área de Educação da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Sofia Lerche, essa escassez de estrutura prejudica a aprendizagem dos alunos. Para ela, é preciso ter um padrão mínimo de qualidade nas escolas pequenas. "Se você pensar em escolas de uma só sala, e os números expressam que existem muitas, essas escolas vão ter condições muito precárias de oferecer aquele mínimo necessário e indispensável para que as crianças aprendam do ponto de vista da socialização e do ponto de vista dos materiais mínimos para a aprendizagem", diz ela.

"É preciso que nosso País siga um chamado padrão mínimo de qualidade, que se sustente em um tamanho mínimo de escola que tenha, pelo menos, quatro salas, biblioteca, condições mínimas. E também condições do ponto de vista da formação dos recursos humanos que vão atuar nas escolas", defende.

De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, outro passo para melhorar a qualidade da educação no Brasil é aumentar a responsabilidade dos municípios na divisão dos gastos. Essa será umas das metas do Plano de Desenvolvimento para a Educação (PDE), que deve ser lançado este mês. O objetivo das medidas é melhorar a qualidade do ensino público no País, principalmente da educação básica.

A idéia é oferecer apoio técnico aos educadores e cobrar resultados na aprendizagem. Para isso, será criado um indicador para medir a qualidade do ensino, numa escala de 0 a 10. Esse índice vai combinar o rendimento escolar com as notas do Prova Brasil, que é aplicado a alunos de 4ª e 8ª séries.

Com base nesses números, o Ministério da Educação vai escolher os municípios que vão receber dinheiro extra para investir na área, além dos repasses que são obrigatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Entre as ações previstas, também está a instalação de laboratórios de informática nas escolas públicas de 5ª a 8ª séries, num primeiro momento, e depois de 1ª a 4ª. O governo planeja ainda levar computadores com acesso a Internet para as escolas da área rural.

Para o ministro Fernando Haddad, outro ponto importante é investir na formação e na capacitação dos professores, assim como melhorar os salários. O governo enviou ao Congresso no início do mês o projeto de lei que define um piso nacional de R$ 850 para professores do Ensino Básico. O projeto estabelece que o piso valerá para docentes com carga horária de 40 horas semanais. Segundo o ministro, metade dos educadores brasileiros ganha menos de R$ 800 reais por mês.

"O professor tem determinadas demandas que precisam ser atendidas. Precisa de acesso a bens culturais, a livros, atualização da formação, e isso tudo tem o seu custo. E isso precisa estar expresso de alguma maneira na remuneração do professor", diz ele. A definição de um piso salarial nacional para os professores também está prevista no PDE.

Outra preocupação será com a formação continuada de professores. Pela proposta do PDE apresentada pelo Ministério da Educação, quem não tem diploma de licenciatura vai ter que freqüentar cursos em universidades, durante quatro anos. E os professores que já têm diploma vão ter que passar por uma atualização a cada três anos.

Agência Brasil

MEC exigirá que professor seja avaliado


O Ministério da Educação exigirá dos municípios com piores indicadores educacionais que os professores da rede pública passem por avaliações de desempenho e que, antes de serem efetivados, façam um estágio probatório para verificar se têm condições para o cargo.

Essas são algumas das 27 medidas propostas no decreto do Plano de Desenvolvimento da Educação que valerão para os municípios que aceitarem a ajuda técnica do ministério em troca de recursos adicionais para o ensino básico.

O decreto prevê também a progressão parcial de estudantes, ou seja, a possibilidade de eles não ficarem retidos na mesma série de um ano para o outro apenas por causa da reprovação em uma disciplina.

Outras medidas que serão exigidas pelo MEC são a contratação e exoneração de diretores por regras que levem em conta o mérito (para evitar indicações políticas); o acompanhamento individual da freqüência e desempenho de cada aluno; e que sejam ampliadas a jornada para os estudantes.

As medidas que constam no decreto são inspiradas nas práticas pedagógicas de cerca de 200 municípios brasileiros com média superior a 5 no novo indicador criado pelo MEC para avaliar a educação, o Ideb.

O indicador leva em consideração o desempenho dos municípios na Prova Brasil (exame que avalia a qualidade) e as taxas de aprovação.

No que diz respeito aos professores, além de instituir avaliação do desempenho, o decreto vai exigir também a implementação de um plano de carreira, cargos e salários. Esse plano, no entanto, deverá "privilegiar o mérito, a formação e a avaliação do desempenho".

Outro item do decreto em que se reforça a necessidade de "valorizar o mérito" do professor dá como critérios para essa avaliação a "dedicação, assiduidade, pontualidade, responsabilidade, realização de projetos e trabalhos especializados, cursos de atualização e desenvolvimento profissional."

Ao apresentar o plano a educadores no Palácio do Planalto há duas semanas, o ministro Fernando Haddad disse que o MEC teria disponível até R$ 1 bilhão para investir nos municípios com piores indicadores. A ajuda contaria também com uma equipe técnica do ministério que visitaria os municípios.

Apoio

A proposta de exigir uma avaliação dos professores foi bem aceita por representantes dos docentes e gestores.

"Não somos contrários à avaliação. A questão é saber como ela será feita", afirmou o diretor da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) Denilson Bento da Costa. "O perigo é que não haja critérios claros, e o poder fique nas mãos dos diretores. Professores podem ser retaliados injustamente."

Para a presidente da Undime (entidade que reúne os secretários municipais de educação), Maria do Pilar, "não há nada mais desestimulador para um professor aplicado ganhar o mesmo que outro desinteressado, que falta a toda hora".

Já a presidente do Consed (conselho que reúne os secretários estaduais de educação), Maria Auxiliadora Seabra Rezende, afirma que o desafio é "criar uma avaliação justa, que não seja punitiva nem meramente cartorial".

O que os municípios terão de cumprir

Confira a íntegra do artigo Artigo 2º do decreto:

Art. 2º: A participação da União Federal no Compromisso será pautada pela realização direta, quando couber, ou, nos demais casos, pela indução e apoio à implementação, por Municípios, Distrito Federal, Estados e respectivos sistemas de ensino das seguintes diretrizes:

I - estabelecer como foco a aprendizagem, apontando resultados concretos a atingir;

II - alfabetizar as crianças até, no máximo, os 8 anos, aferindo os resultados por exame periódico específico;

III - acompanhar cada aluno da rede individualmente, mediante registro da sua freqüência e do seu desempenho em avaliações que devem ser periódicas;

IV - combater a repetência, dadas as especificidades de cada rede, pela adoção de práticas como aulas de reforço no contra-turno, estudos de recuperação e progressão parcial;

V - combater a evasão pelo acompanhamento individual das razões da não freqüência do educando e sua superação,

VI - matricular o aluno na escola mais próxima da sua residência;

VII - ampliar as possibilidades de permanência do educando sob responsabilidade da escola para além da jornada regular;

VIII - valorizar a formação ética, artística, a educação física;

IX - garantir o acesso e permanência das pessoas com necessidades educacionais especiais nas classes comuns do ensino regular fortalecendo a inclusão educacional nas escolas públicas;

X - promover a educação infantil;

XI - manter programa de alfabetização de jovens e adultos;

XII - instituir programa próprio ou em regime de colaboração para formação inicial e continuada de profissionais da educação, considerada a demanda dos mesmos;

XIII - implantar plano de carreira, cargos e salários para os profissionais da educação, privilegiando o mérito, a formação e a avaliação do desempenho;

XIV - valorizar o mérito do trabalhador da educação, representado pelo desempenho eficiente no trabalho, dedicação, assiduidade, pontualidade, responsabilidade, realização de projetos e trabalhos especializados, cursos de atualização e desenvolvimento profissional;

XV - dar conseqüência ao período probatório, efetivando o professor após avaliação, de preferência externa ao sistema educacional;

XVI - envolver todos os professores na discussão e elaboração do projeto político pedagógico, respeitadas as especificidades de cada escola;

XVII - incorporar ao núcleo gestor da escola coordenadores pedagógicos que acompanhem as dificuldades enfrentadas pelo professor;

XVIII - fixar regras claras, considerados mérito e desempenho, para nomeação e exoneração de diretor de escola;

XIX - divulgar na escola e na comunidade os dados relativos à área da educação, com ênfase no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), referido no art. 3o;

XX - acompanhar e avaliar, com participação da comunidade e do Conselho de Educação, as políticas públicas na área de educação e garantir condições, sobretudo institucionais, de continuidade das ações efetivas, preservando a memória daquelas realizadas;

XXI - zelar pela transparência da gestão pública na área da educação, garantindo o funcionamento efetivo, autônomo e articulado dos conselhos de controle social;

XXII - promover a gestão participativa na rede de ensino;

XXIII - elaborar Plano de Educação e instalar Conselho de Educação, quando inexistentes;

XXIV - integrar os programas da área da educação com os de outras áreas como saúde, esporte, assistência social, cultura, entre outras, com vista ao fortalecimento da identidade do educando com sua escola;

XXV - fomentar e apoiar os conselhos escolares, envolvendo as famílias dos educandos, com as atribuições, dentre outras, de zelar pela manutenção da escola e pelo monitoramento das ações e consecução das metas do compromisso;

XXVI - transformar a escola num espaço comunitário e manter ou recuperar aqueles espaços e equipamentos públicos da cidade que possam ser utilizados pela comunidade escolar;

XXVII - firmar parcerias externas à comunidade escolar, visando a melhoria da infra-estrutura da escola ou a promoção de projetos sócio-culturais e ações sócio-educativas.

criar um comitê local do Compromisso, com representantes das associações de empresários, trabalhadores, sociedade civil, Ministério Público, Conselho Tutelar e dirigentes do sistema educacional público, encarregado da mobilização da sociedade e do acompanhamento das metas.

Fonte: www.folha.com.br