"A escola deve trabalhar valores e ética com os alunos, mas isso não deve ser feito de forma tradicional, se o aprendizado não for prazeroso, não vai chamar a atenção desse aluno. Por isso, é preciso criar ambientes diferentes na escola. Não é difícil incorporar o assunto porque, ao invés de fazer um texto sobre o futebol, não se faz um texto sobre violência, um texto sobre preconceito? Tudo isso contribui para introduzir valores éticos na vida dos jovens".
A proposta é do professor da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Centro Interdisciplinar de Pesquisas Sobre Complexidade e Cidadania (Cipecc), Ulisses Araújo. Para ele, os valores surgem a partir de sentimentos positivos. "Uma criança que é cuidada diariamente por um professor, tem grande probabilidade de se tornar um valor para ele, e isso é que faz o ensino ter uma grande carga de afetividade", acredita.
Para o professor de Teoria da Educação da Universidade de Barcelona e Coordenador do Grupo de Pesquisas em Educação Moral (Grem), Josep Puig, "o aluno precisa aprender a conviver, a criar vínculo, a participar, a fazer parte de uma coletividade e isso não é possível se não houver uma relação de afeto e diálogo entre ele e o professor".
Puig conta que, "em Barcelona, existe um professor tutor em todos os cursos do ensino fundamental. Esse é responsável por fazer visitas a famílias de alunos e, durante uma hora por semana, se reúne com todos os alunos para discutir ética e cidadania".
Araújo explica que "quando a criança tem consciência do que são valores e ética, ela passa a se envergonhar ao agir contra esses valores e, é aí percebemos que os valores foram introduzidos em sua vida. Por outro lado, quando uma pessoa que não teve os valores introduzidos em sua vida pode matar, por exemplo, e não sentir nada. Esse é um processo que depende muito da interação social e do que foi ensinado a essa pessoa".
Araújo conta que existem várias formas de introduzir valores éticos para os alunos. "Já existem experiências que deram certo. Em uma escola, os alunos se reúnem em assembléia para discutir o que estão fazendo de positivo e de negativo. Uma outra proposta é que as escolas criem um Fórum Social de Ética e Cidadania, para que a comunidade também possa participar e discutir os problemas".
Para Araújo, não existe idade limite para ensinar valores éticos. "Ouve-se muito que tal aluno está perdido, não tem mais jeito, mas sempre tem. Eu discordo da informação de que a criança constitui seus valores até os seis anos, uma pessoa pode sempre aprender em qualquer idade".
Fonte: Aprendiz
domingo, 22 de abril de 2007
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2 comentários:
Gostei muito sobre o que voce falou, pois estou com uma turma da 5º serie com a disciplina etica e cidadania e eu achva que não tinha como dar essa aula, depois que li o que vc esvreveu me abriu um leque de ideias legais, para trabalhar tomara que der certo!
Olá Anderson, boa noite!
Sou mãe de dois garotinhos, um de 4 e um de cinco e renunciei quase tudo em minha vida, para que eu pudesse cuidar da educação deles! Levo muito a sério isso! Porque penso que a felicidade deles, e das pessoas que estiverem ao redor deles, está diretamente relacionada ao tipo de pessoa que serão, ou seja, ao tipo de educação que receberam. Por isso, resolvi dar "aulas" diferentes pra eles, quero montar um esquema aqui em casa de conversa, atividades, coisas gostosas para fazerm em casa, ou passeando, juntos como família e ao mesmo tempo aprendendo sobre cidadania, ética, bons valores, algo sobre generosidade, se importar com o próximo, essas coisas... rs Nada massante, mas coisas legais e lúdicas! Vc teria alguma dica pra me dar? Algum site bacana, ou algum material que eu possa utilizar pra me guiar?
Obrigada!
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