Mesmo que a aplicação da lei ainda esteja bastante tímida, existem muitas escolas que desenvolvem ações e projetos que contemplam as temáticas da história da África e dos afro-brasileiros. Os alunos da educação básica e da educação de jovens e adultos (EJA) da escola Municipal Dr. João Alves dos Santos, em Campinas (SP), por exemplo, experimentam desde 2004 a inclusão dos temas: a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira, o negro na formação da sociedade nacional e enfoques sobre diversidade étnico-racial. Todos os temas são abordados em disciplinas como história, geografia, Eret (educação, relações econômicas e tecnologias), educações física e artística, português e matemática. Para o professor de história Eduardo Benedito de Almeida, a aplicação da lei nas escolas contribuirá para o estabelecimento de relações de respeito, igualdade e tolerância. "Alunos de várias etnias, origens, culturas, religiões e níveis sociais diferentes poderão construir uma cultura de paz", acredita.Na Escola Classe n°16 do Gama, no Distrito Federal, a temática já vinha sendo discutida desde 1993 pelas professoras Marizeth Ribeiro e Valmária Martins, mas com a promulgação da lei em 2003, "a nossa escola intensificou o trabalho que já vinha sendo feito", relata a diretora Regina Célia. Ela conta ainda que no caso da Escola Classe nº 16, a temática é tratada de forma interdisciplinar, "o que favorece a inclusão do tema em todas as atividades realizadas em sala de aula", complementa. Mas a diretora lamenta que muitas escolas não cumpram a lei de forma adequada. "Realizar atividades no dia 13 de maio ou 20 de novembro não é implementar a Lei nº 10.639", informa. "No nosso caso, não só os professores e alunos mudaram, a comunidade também acaba se envolvendo nos projetos desenvolvidos pela escola", enfatiza.
quinta-feira, 5 de abril de 2007
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