quinta-feira, 5 de abril de 2007

Programa fortalece educação no semi-árido


Mais de 11 milhões de crianças e adolescentes vivem hoje no semi-árido brasileiro, uma região que intercala longos períodos de seca, com chuvas intensas e devastadoras. Os indicadores educacionais da região são bastante inferiores aos do restante do país, o que se atribui às enormes dificuldades impostas aos alunos. O caminho até a escola é longo e de difícil acesso, passando por estradas rochosas e leitos de rios. Pelo mesmo trajeto, passam os professores, o material didático e a merenda escolar, que nem sempre resiste às alterações climáticas.Uma forma de tentar superar essas dificuldades é o investimento nas secretarias municipais de educação, que podem planejar ações específicas para a região. Por isso foi criado, em 2005, o Programa de Fortalecimento Institucional das Secretarias Municipais de Educação do Semi-Árido. Nesta quarta-feira (04), uma reunião técnica debaterá a expansão do programa, que tem como objetivo proporcionar elementos para que as secretarias municipais atendam com qualidade às necessidades de sua população.Com o programa, as secretarias passam por reestruturação em seus aspectos pedagógicos, administrativos, financeiros, orçamentários e políticos. De acordo com o coordenador-geral de Articulação Institucional da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), Arlindo Queiroz, essas secretarias, quase sempre, são pequenas, estão em um contexto adverso e utilizam procedimentos artesanais. "Com a estruturação e informatização desses órgãos, pretende-se criar uma equipe capacitada para atuar de forma consciente na melhoria da educação" explica.Cada secretaria recebe um computador e uma impressora, além do apoio de uma equipe especializada, formada por profissionais de universidades federais da região. É um trabalho continuado, que já beneficia 143 municípios, nos estados da Bahia, Paraíba, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. Em 2007, o programa se estenderá também aos municípios do Espírito Santo e de Minas Gerais.Nos municípios onde o trabalho já é feito desde 2005, há resultados positivos. A maior parte das secretarias já enviou às câmaras municipais projetos de lei que regulamentam suas novas estruturas e funções. Contudo, os melhores resultados estão ligados diretamente à comunidade escolar, com soluções para problemas cotidianos. Em alguns municípios, por exemplo, a merenda escolar passou a ser adquirida diretamente de fornecedores da região, para evitar o desperdício causado durante o transporte. Também foram feitas outras ações planejadas, como a instalação de cisternas nas escolas que, nas épocas de seca, acabam fornecendo água para toda a comunidade.

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